Anjo Negro

Ismael é um médico negro, que não se sente bem em sua pele e estupra sua mulher todos os dias. Esta o detesta por ter sido forçada a se casar. Virgínia é uma mulher branca, que foi trancada em sua casa por Ismael e mata todos os filhos que tem com ele.

Ensaio Sobre Carolina

Um discurso-canto-narrativa, Inspirado no livro “Quarto de Despejo” da escritora Carolina Maria de Jesus. Atores e espectadores formam um campo público, misturados, sentados em cadeiras velhas, cheias de histórias, como as do barraco de Carolina. 

A Construção da Imagem

Imagem e auto-imagem – um jogo áudio-visual com montagem e sonorização inédita e ao vivo. Atores e direção de vídeo criaram pequenos filmes sobre o tema, durante intervenções perfomáticas os 6 vídeos foram pareados e um DJ dava voz a cada vídeo de acordo com a solicitação dos atores, enquanto músicos davam contraponto às cenas. 

Além do Ponto

Um casal heterossexual, em separação, move-se entre pedaços de histórias e tenta reconhecer, ao final do relacionamento, os motivos de suas dificuldades no amor. 

Cartas à Madame Satã, ou Me Desespero Sem Notícias Suas

Em seu quarto, um homem negro se corresponde com a figura mítica de Madame Satã. Fragmentos de histórias revelam, através das cartas, trajetórias e casos de amor, numa cidade-país carregada de doenças, que mantém sob cárcere privado um jovem apaixonado.

Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas

Em cena, a privacidade de cinco mulheres negras é flagrada quando expõem suas trajetórias afetivas, permitindo ao público entrar em seus respectivos cotidianos. Elas tentam enxergar e modificar seus destinos, como lagartas aprendendo a voar. Revelando seus medos, dores, amores e sonhos. 

Os Coloridos

Duas araras disputam por superioridade até que uma arara viajante conta histórias que apaziguam a situação.


Alguma Coisa a Ver Com Uma Missão

"Alguma coisa a ver com uma missão" leva o público a conhecer uma história de lutas negras por liberdade. Duas mulheres - Uma auxiliar de enfermagem e uma gari – são convocadas, através de sonho, a viajar no tempo pelas águas da Calunga (palavra banto que significa mar, oceano e grande cemitério).

De Mãos Dadas Com Minha Irmã

Obá é uma guerreira que sai de sua terra em busca de água para salvar a humanidade de uma terrivel seca.

Solidão do Feio

O espetáculo fala sobre a intimidade de Lima Barreto, vivido pelo ator Sidney Santiago Kuanza, e seu desejo subversivo pela criação de uma literatura militante.

 

Quem somos

O coletivo teatral Os Crespos emerge como uma força vibrante de pesquisa cênica e audiovisual, impulsionando debates incisivos e intervenções públicas que ecoam em toda a sociedade. Composto por talentosos artistas negros e negras, este coletivo inovador originou-se na renomada Escola de Arte Dramática EAD/ECA/USP e vem transformando o cenário desde 2005.

Ao longo de seus dezoito anos de atividade ininterrupta, Os Crespos tem se dedicado apaixonadamente à construção de um discurso poético, que mergulha nas complexidades da sociabilidade do indivíduo negro na contemporaneidade. Este discurso abrange não apenas os desdobramentos históricos, mas também a essência da construção da identidade negra. Além disso, o coletivo se destaca por seu comprometimento com um projeto abrangente de formação de público e aprimoramento estético.

A renomada companhia percorreu diversas cidades e estados do Brasil, além de deixar sua marca em apresentações na Alemanha e Espanha. Seu repertório impressionante inclui oito espetáculos teatrais, onze intervenções urbanas e a publicação da revista de teatro negro "Legítima Defesa", agora em seu quinto número. A Mostra Cinematográfica "Faz lá o Café", em colaboração com o Grupo Clariô de Teatro, e os curtas-metragens como "D.O.R", "Nego Tudo", "Imagem Autoimagem", "Dois Garotos que Afastaram Demais do Sol" e "Cidade Ocupada" evidenciam a versatilidade e impacto da Cia.

Desde 2018, Os Crespos tem liderado as "Segundas Crespas", encontros que unem artistas na realização e discussão de arte negra. Esses eventos desempenham um papel crucial na articulação e construção do Fórum de Performance Negra de São Paulo.

Entre os marcos significativos, destacam-se trabalhos como "Anjo Negro + A Missão" (2006), dirigido pelo renomado Frank Castorf, “Ensaio Sobre Carolina” (2007), direção de José Fernando Peixoto de Azevedo, e a trilogia "Dos Desmanches Aos Sonhos" (2011-2013), que explora o impacto da escravidão na forma de amar dos brasileiros. A Cia também brilhou com "Os Coloridos" (2015) e "Alguma Coisa a Ver Com Uma Missão" (2016), este último com dramaturgia de Allan da Rosa e direção coletiva do grupo.

Em 2017 a Cia foi condecorada com o 9º Prêmio Carrano de Luta antimanicomial e Direitos Humanos, por seu trabalho de luta contra a opressão. O reconhecimento da crítica especializada em teatro começou a chegar em 2019, quando as "Terças Crespas" realizadas em parceria com o Centro Cultural São Paulo renderam à Cia uma indicação ao Prêmio Aplauso Brasil (2019), na categoria Destaque. No momento que comemorou quinze anos de existência a Cia recebeu o prêmio Miguel Arcanjo de Cultura (2020) na categoria especial. Em 2021, seu novo filme "Dois Garotos que se Afastaram Demais do Sol" foi aclamado na 29ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade como o "Melhor Curta-Metragem - Prêmio do Público".

2023 ficou marcado pela estreia do espetáculo juvenil "De mãos dadas com minha irmã", após cinco anos de pesquisa de uma pesquisa sobre ancestralidade e tecnologia. Janeiro de 2024 estreia o espetáculo adulto "A Solidão do Feio", uma obra inspirada na vida e legado de Lima Barreto e prevê o lançamento do quinto número da "Legítima Defesa - Uma Revista de Teatro Negro" e anuncia a aguardada